domingo, 3 de abril de 2011

SALVADOR E SUAS HISTÓRIAS










CARTÕES POSTAIS DA CAPITAL BAIANA



FORTE SÃO MARCELO
Ao assinar o Tratado de Tordesilhas, os reis de Portugal e Espanha redesenharam o cenário geográfico e político do mundo conhecido e a ser descoberto nos 300 anos seguintes. Após a descoberta do Brasil e a implantação das Capitanias, a providência mais importante tomada pelos portugueses foi à fundação da Cidade do Salvador, onde foi erguidos um sistema de fortificações com muralhas, cercando a cidade no lado da terra, e uma bateria de canhões denominada bateria da Ribeira das Naus, no lado do mar. Nessa bateria foi feito o primeiro Forte do Mar.
Com a morte do rei Sebastião I de Portugal, o fim da dinastia de Avis e a união das coroas portuguesa e espanhola, as sete Províncias Unidas dos Países Baixos autorizaram os ataques de corsários às colônias da Espanha e a organização das Companhias das Índias. A Companhia das Índias Ocidentais investe contra a América espanhola e Salvador sofre sua primeira invasão sendo ocupada em 1624. Expulsa por uma grande esquadra luso-espanhola um ano depois, a Companhia das Índias Ocidentais manda seus corsários saquearem as naus portuguesas e espanholas na costa brasileira, e Salvador é atacada novamente pelo mais corajoso deles: Piet Hein.
Com o lucro dos saques no litoral brasileiro e no Caribe a Companhia invade a capitania de Pernambuco, mais tarde governada por Nassau, que investe novamente contra Salvador numa segunda invasão.
Com a restauração da Coroa portuguesa e a coroação de João IV foram feitos pesados investimentos para reforçar a defesa de Salvador, entre os quais a construção de um novo forte do mar: o Forte de Nossa Senhora do Pópulo, chamado depois de Forte de São Marcelo. Iniciado em 1650, o forte teve sua primeira etapa concluída em 1670. Sua planta original se assemelhava à do castelo de Santo Ângelo na Itália e a do Forte de São Lourenço, em Portugal. Sendo necessária sua ampliação, pois não comportava um número de canhões suficiente para uma boa defesa do porto, as obras do Forte foram reiniciadas em 1710 e, não havendo mais razão para o prosseguimento do projeto apresentado no relatório de João Massé, de 1713, pois o Tratado de Utrecht acabara com as hostilidades entre os reinos europeus, a conclusão do Forte foi dada em 1728.
Com a vinda da rainha Maria I fugindo das tropas do general francês Napoleão Bonaparte, que invadira Portugal, foi necessária uma nova ampliação do Forte que ganhou sua última forma. No fim da guerra da independência da Bahia, o forte foi conquistado pelo combatente naval português João das Botas e ocupado pela Marinha Brasileira.
Durante o primeiro Império e o período regencial o Forte serviu de prisão para revoltosos da Confederação do Equador, da Revolta dos Guanais, da Revolta dos Malês e do movimento Sabinada, durante o qual fugiu de suas instalações o general Bento Gonçalves, líder da Revolução Farroupilha. Ocuparam as celas do Forte diversos condenados pela Justiça e prisioneiros a mando dos governadores da Bahia. Em 1912, durante o conflito entre o governo da república e o governo do estado o Forte foi ocupado por tropas federais que dispararam seus canhões contra Salvador. O bombardeio de 1912 destruiu parte do palácio do governador. Devido ao perigo que representava para a cidade, caso fosse novamente tomado por rebeldes, o Forte foi aos poucos desativado e seus canhões e peças históricas retirados. O farol que encimava suas muralhas Se tornou obsoleto e os tiros que serviam de relógio para a cidade foi silenciado pelo relógio de São Pedro, mandado buscar na Itália.


FORTE DO PARAGUASSÚ
O Forte do Paraguassú, também conhecido como Forte de Santa Cruz, ou fortaleza do Alemão situa-se em terras da Fazenda Salaminas, (outrora Engenho Novo), no recôncavo, à margem direita do Rio Paraguassú, numa ponta que avança para o rio. Construído de tijolos com uma bateria de parapeitos de forma retangular, dele, tudo hoje são ruínas. Resistindo já em meados do século XVII (1648), foi reparado em 1762, como medida preventiva á ameaça de guerra entre Portugal e Espanha. Ao eclodir a Federação dosGuainais em Cachoeira e São Félix (1833), estava abandonado. Relevante para a logística (táticas e extratégicas) da época, o Forte Paraguassú cruzava fogos com o Fortim da Forca (entrincheiramento na margem do Paraguassú). Tinham por função impedir o acesso de barcos inimigos ao Iguape e seus engenhos, e as vilas de Maragojipe e Cachoeira. Estava armado com sete peças de artilharia, de 4, 6 e 8 polegadas, deste modo, bloqueando, a entrada ao sertão, vez que os caminhos se iniciavam em São Félix. Não há consenso sobre quem teria fundado a fortificação. Alguns historiadores, a exemplo de Silva Campos creditam-na aos holandezes, outros, como Brás do Amaral, aos portugueses. O Paraguassú é uma fortificação tipicamente de marinha, flanqueada por água em três dos seus lados. O diagnóstico feito pelo Instituto do Pratimônio Artístico e Cultural (IPAC) em 1976, alertava para o perigo potencial desse monumento arquitetônico militar vir a deteriorar-se. Em que pese o plano elaborado pelo Instituto Hitórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 1959, visando a implementação de obras de restauro para a reutilização da fortaleza como um belvedere sobre o rio - nada foi feito. Arruinamento devido a falta de uso social, esta é a palavra chave para se entender o que, de há muito vem acontecendo, e continua sem boa perspectiva de encaminhamento satisfatório





FORTE DO BARBALHO
Essa fortaleza situa-se no ponto mais elevado do Vale do Queimado, até onde se estendia um dos braços do dique represado pelos holandeses. Foi construído em terreno doado pelos frades do Carmo, de onde veio o seu primeiro batismo - Fortaleza de Nossa Senhora do Monte Carmelo (ou do Carmo). Em 1630, Luíz Barbalho Bezerra, militar pernambucano que naquele ano lutara em defesa da cidade, instala trincheiras no platô que viria a ser ocupado pelo baluarte, temendo que os holandeses de Maurício de Nassau superasse a primeira linha de defesa existente em Santo Antônio. Foi concluído em 1736 e apesar de já ter sofrido várias reformas, plantas antigas da Cidade do Salvador, já assinalava a sua existência com os contornos que ainda hoje mantém. Também aderiu a Sabinada em 1837, pelos integrantes da Comissão Rohan. Nele tremulou a primeira bandeira brasileira dentro da cidade do Salvador, com a entrada vitoriosa do exército libertador.
Tem o formato de um quadrilátero irregular com quatro baluarte nos ângulos chegando a dispor de 22 canhões, fosso e ponte levadiça. Diferentemente das demais fortalezas de Salvador, o Forte do Barbalho possuí três dos seus baluartes em forma de lança e o quarto circular. Suas muralhas medem 520 metros, onde se abrem 40 fronteiras.
Ali ficaram presos muitos dos escravos Malês participantes do movimento de 1835. Seu prisioneiro mais célebre foi o professor Estanislau da Silva Lisboa condenado pelo crime "da bala de ouro", que matou Júlia Fetal.
Ao longo desses mais de três séculos e meio de existência, o forte do Barbalho desempenhou vários papéis na História da Bahia. Foi usado como praça de guerra tendo suas tropas participado ativamente em todos os movimentos armados ocorridos, inclusive do bombardeio da cidade em 1912. Também foi um hospital para coléricos em 1855, para morféticos entre os anos 1863 e 1878 e para vítima de varíola entre 1885 1892. Foi tombado pelo IPHAM em janeiro de 1957.
Como quartel abrigou tropas do exército e no período revolucionário de 1964 voltou a servir de prisão para personalidades relevantes da vida política e cultural da Bahia. A partir de 18 de maio de 1982, foi entregue á Polícia Militar passando a ser ocupado pelo 7º Batalhão da Polícia Militar.
O arquiteto Fernando L. Fonseca descreve o forte como uma representação viva da monumentalidade militar do período colonial desenvolvido na Bahia.


FORTE DE SANTO ANTÔNIO ALÉM DO CARMO
O Forte de Santo António Além do Carmo, como muitos outros baluartes do sistema defensivo de Salvador, iniciou como um conjunto de trincheiras e teve sua construção iniciada no século XVII após a expulsão dos holandeses em 1625. Após a vitória sobre os flamengos havia o temor de novas investidas e para assegurar a defesa daquele lado da cidade o governador Francisco de Moura Rolim determinou a substituição da linha de trincheiras por uma construção sólida e dotada de canhões. A verdade é que D. Diogo Luiz de Oliveira, primeiro governador após a expulsão dos holandeses, sentindo aimportância estratégica daquele sítio, mandou o engenheiro Francisco Frias, fazer ali uma trincheira, da qual ao tempo de Nassau, pouco restava.. Então, o Conde de Bagnoli, de novo e apressadamente a reergueu, guarnecendo-a com três peças de bronze que os defensores do Forte do Rosário haviam conduzido ao evacuá-lo e foi de grande valia para a resistência da nossa gente às investidas dos contrários, que afinal se retiraram da Bahia, desmoralizados. Em 1659 foi reformado por Francisco Barreto, conforme pedra de cantaria, ao alto do portão de ferro que dá para o pátio interno, encimada pela coroa de Portugal, contendo a seguinte legenda: "Reinando El-Rey D. Affonso VI se reformou este forte por mandado do Capilão-General deste Estado Francisco Barreto. Anno de 1659". Mais tarde sofreu novos reparos e em 1703, no governo de D. Rodrigo da Costa, foi ampliado e concluído. Fica perto da Igreja de Santo António Além do Carmo. Foi uma prisão importante e abrigou durante muito tempo indigentes, no século passado. Funcionou a maior parte do tempo como Casa de Detenção. Atualmente, estão sendo feitas prospecções arqueológicas pelo IPAC, órgão do Governo do Estado, encarregado das obras de restauro da velha fortaleza.



FORTE DO RIO VERMELHO
O Forte ou Reduto do Rio Vermelho situa-se no local onde foi levantada a Igreja nova de Santana nos idos da década de 60. Foi construído, de terra, inicialmente, em 1711, no governo de D. Lourenço de Almeida para proteger o porto do Rio Vermelho, onde havia um entrincheiramento primitivo. Acha-se a uma distância de cerca de 6 kms ao norte da fortaleza de Santo António daBarra. Tinha a forma de um polígono irregular sendo melhorado posteriormente, passou a ser de alvenaria, e sob a invocação de São Gonçalo. É do tempo do governador Manuel da Cunha Menezes um documento em que se aponta a fortificação com o nome de Reduto de São Gonçalo do Rio Vermelho. Seu armamento constava de 6 peças de ferro de calibre de 6 polegadas e uma de 4 polegadas. Em 1759 já se achava abandonado e em ruínas. Vilhena opina nos seguintes termos a respeito da utilidade da fortificação, que se levantava, inutilmente, na barra do Rio Vermelho, onde só poderiam entrar canoas e saveiros, quando bastaria fazer-se ali uma comprida trincheira, ou reduto de terra calcada, o que com pouco reparo e módica despesa produziria o mesmo efeito que a tal fortaleza. Nesta, a coroa haveria de gastar, no mínimo, quarenta mil cruzados. Ninguém acreditava que o inimigo fosse, por divertimento, expor-se aos tiros de sua artilharia, quando a curta distância podia desembarcar muito comodamente, sem tal risco.Durante décadas, foi usado como fortim sinalizador, para o Forte de Santo António da Barra, conhecido como Farol da Barra, instalado bem na entrada da Baía de Todos os Santos, no caso de um ataque pelo norte. Coube ao engenheiro Celso Oliva, a pedido do padre António da Rocha Vieira, construir a nova Igreja de Santana, sobre as minas do Forte, inaugurada em 1967. “Tive de mudar o projeto original que era de concreto”, disse, lembrando que se usasse essa técnica, a maresia, em pouco tempo, iría corroer os ferros da estrutura do prédio. Oliva seguiu o exemplo dos construtores do forte: colocou um muro de pedra sobre o do antigo baluarte. Um fato histórico relevante foi o naufrágio de Diogo Alvares Corrêa, o Caramuru, na Pedra da Concha, rochedo situado a cerca de 500 metros das ruínas do forte, onde Caramuru foi resgatado pêlos índios da tribo tupinambá. provavelmente em 1510. É possível ainda ver, no lado de trás da igreja, a emenda dos dois muros. Hoje, nada mais existe do forte, salvo os vestígios de suas ruínas.



FORTE DA JEQUITAIA
Modesto na sua história e recente na feitura está, não obstante, longe de desmerecer cuidados. Sejam de restauração material sejam de cuidadosa revisão do seu desempenho.É um forte do começo do século XIX, mais exatamente de 1817. D. Marcos de Noronha e Brito, capitão-general da Bahia, fez-lhe a construção quando já estava no penúltimo ano do seu mandato iniciado a 30 de novembro de 1810 e que iría até 26 de janeiro de 1818, quando tomou posse o seu substituto, D. Francisco de Assis Mascarenhas, Conde de Palma. Vale a pergunta: - O que levaria o governo, já ultrapassados os medos da era napoleônica, com o rei morando em boa paz e segurança no Rio de Janeiro, a acrescentar mais um Forte no rosário de defensas da Cidade do Salvador? Não são conhecidos, infelizmente, exposições de motivos de justificação da providência. Apenas, por inferência, fica possível reunir a construção do Forte da Jequitaía a outros projetos da gestão.
Não foram poucas as intervenções em obras na capital e no interior feitas durante o governo do Oitavo Conde dos Arcos. Não se realizou uma intervenção urbana na capital, pensada e projetada e que, se feita, muito iría modificar o nosso perfil enquanto cidade. Tanto mais quanto se inseria era projeto bem maior e mais ambicioso que era o de mudar todo o centro administrativo da Cidade do Salvador, para o extremo norte, para a península. Convenceu-se o Conde dos Arcos da conveniência de abrir um canal, para navegação de pequena cabotagem que, secionando Itapagipe, ligasse o que é hoje o Largo do Papagaio, com a praia da Jequitaia. Pretendia, com isto, criar condições de agilidade para saveiros e lanchões, para o alcance dos vários ancoradouros da "cidade baixa", vários e pequenos portos internos que iriam da Massaranduba até o "recôncavo pesqueiro" de Passe a Candeias. Por este plano, as embarcações estariam livres da necessidade de montar a Ponta do Mont Serrat nem sempre propícia, em dias de mar agitado.




FORTE DE SANTO ALBERTO
O Forte de Santo Alberto ou Forte da Lagartixa situa-se entre as avenidas Frederico Pontes e da Jequitaia, mas quando a construção original foi erguida, bordejava a enseada de Água de Meninos, em posição similar à que tem hoje o Forte de Santa Maria, e era importante elo do sistema de defesa da cidade.Construído entre 1590 e 1610 como uma torre, era então denominado São Tiago de Água deMeninos. Apresentava, na época, planta circular, com dois baluartes também circulares, e seu acesso era feito por meio de rampa e ponte levadiça. No século XVIII, apesar de não ter sido feito o hornaveque sugerido pelo Mestre de Campo Migue! Pereira da Costa, de modo a melhorar seu poder de fogo, foram feitas remodelações às expensas de Mário Oliveira (para se tornar seu comandante vitalício), e o forte passou a ter a forma representada pelo cronista Luiz dos Santos Vilhena. Teve participação na defesa contra as invasões holandesas e na Independência da Bahia. De lá partiu o tiro de canhão assinalando o embarque de Madeira de Melo e o momento das nossas tropas entrarem na cidade. Em meados do século XIX, quase que o Forte de Santo Alberto, denominação adquirida após a destruição de outra fortificação homônima, foi engolido pelas obras do porto. Após um período de abandono, documentado por Edgard Falcão, recebeu acréscimos e foi ocupado pelo Clube de Subtenentes e Sargentos do Exército. Novamente abandonado, foi restaurado há poucos anos pela 6a Região Militar, ocasião em que escavações procedidas no local trouxeram à luz remanescentes da única torre cuja existência foi comprovada no Brasil, assim como as bases maciças para apoiar as carretas dos canhões, setecentistas, em argamassa de cal e tijolos moídos. Desde então a cidade ganhou mais um ponto turístico. Infelizmente, uma construção de má qualidade foi erguida junto a ele. Espera-se vê-la demolida, pois, afinai, entre o Forte de São Marcelo e o Forte de Mont Serrat praticamente só resta esse exemplar a fechar a antiga cadeia de defesa da cidade.


FORTE DO MONTE SERRAT - S12 55.794 W38 31.070
O Forte do Mont Serrat foi construído durante os anos de 1583 e 1587, inicialmente apenas um fortim; entre 1591 e 1602 foi reformado e dotado de maior poder ofensivo. Desde então, até o início do século XIX, foi conhecido como forte de São Felipe, também chamado de fortaleza ou castelo de Itapagipe. Em 1624, durante todo o dia 9 de maio, impediu o desembarque dos holandeses, mas acabou sendo tomado pelos inimigos. Em 1638 foi ocupado pelos holandeses em sua segunda investida contra a cidade do Salvador. Em 1654, na gestão do Conde Castelo Melhor, o forte passou por grandes obras de reforma; em 1724, o Vice-Rei André de Melo e Castro mandou reedificá-lo; em 1837 foi tomado pelos combatentes da Sabinada e no ano seguinte foi recuperado pelas tropas imperiais. Finalmente em 1926, no governo de Góes Calmon, o baluarte foi reformado confirmando todas as carecterísticas originais e ajardinando-se a área que lhe fica em frente. É considerado uma das melhores obras do Brasil Colônia. Seu primeiro fortim era em forma de hexágono irregular, com torreões circulares nos ângulos, recobertos por cúpulas. No início do século XVII foi de importância fundamental para a defesa da cidade do Salvador. Do forte pode-se avistar a paisagem da Baía de Todos os Santos, da Ilha de Itaparica e da Cidade Baixa. Atualmente é sede do Museu da Armaria, criado em 1993 pelo Comando da 6º Redião Militar e é palco natural para a encenação da peça teatral sobre a invasão holandesa feita pelo Pelotão Histórico, criado pelo Exército Brasileiro.




FORTE DE SÃO PEDRO
O Forte de São Pedro situa-se em uma estreita faixa de terra próxima encosta e termina na Baia de Todos os Santos. O local era de grande importância estratégica até o século XIX. O terreno sofreu alterações devido aos aterros para nivelamento da Praça da Aclamação e da Av. Sete de setembro. Em virtude do crescimento urbano do local, a fortificação encontra-se atualmente, circundada de um grande numero de edifícios residenciais, algum deles com gabarito elevado.Sua construção é atribuída aos holandeses, tendo como primitiva construção o Forte de São João, datado de 1624. No entanto, outra corrente de pesquisadores atribuiu a sua construção ao governador Diogo Luis de Oliveira.
Fortificação construída em alvenaria de pedra e cal, apresenta forma de polígono quadrangular, com baluartes nos quatros ângulo, segundo influencia francesa. Sua função era, implantado em posição estratégica, em local de passagem obrigatória da cidade pelo sul, juntamente com o forte de São Paulo da Gamboa.
Durante o século XIX e o atual, sofreu varias reformas acréscimos, tendo muita de suas partes demolidas ou aterradas, como o fosso. Em 1759, segundo José Antonio Caldas possuía cinco peças e um morteiro de bronze, alem de 37 peças de ferro e, em 1801, segundo Luis dos Santos Vilhena, possuía 35 peças. Em 1829 serviu de sede do curso de artilharia e aula de matemática da guarnição da capital e durante o período de 1838 e 1939, foi quartel general da Sabinada. Foi Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 10 de Janeiro de 1957.



FORTE DE SÃO DIOGO
O Forte de São Diogo (S13 00.130' W38 31.973') localiza-se na extremidade de uma pequena enseada no Porto da Barra, local onde primitivamente era conhecido como Porto da Vila Velha, no lado oposto de onde se situa o Forte de Santa Maria. Implantado diretamente sobre a rocha, numa posição geográfica superior à fortificação anterior, na entrada da barra. Possui notável inserção paisagística. Em 1629, por ordem de D. Diogo Luiz de Oliveira mandou-se edificar o fortim. Sua função era agir com os Fortes de Santo Antonio da Barra e, principalmente, com o Forte de Santa Maria, para impedir a entrada dos inimigos pelas praias desta região.No entanto, tinha como defeito, os três fortes, o fato de serem dominados pela montanha próxima, onde estava a Igreja de Santo Antonio, sendo necessário fortificar este ponto para melhor atuação das três fortificações. Em 1694 o Governador D.João de Lencastre deu ordens para que se reiniciasse sua reconstrução. Em 1696 o forte apresentava-se pequeno, de muralhas baixas e pouco resistentes, não comportando mais de sete peças. Em 1704 D. Rodrigo manda novamente reedificá-lo. Apresenta-se então com traçado curvilíneo convexo, acompanhado de linhas retas, formando um ângulo reentrante. Foi construído de alvenaria de pedra bruta, tendo os parapeitos em caixões de areia e sem dispor de canhoneiras, num desenvolvimento de 120 palmos de sua linha de fogo. Em 1980 estava abandonado e desarmado. Hoje é sede do projeto de Fortificações Históricas da 6ª Região Militar e da associação Brasileira dos Amigos das Fortificações Militares e Sítios Históricos (ABRAF).



FORTE DE SÃO PAULO DA GAMBOA
O Forte de São Paulo da Gamboa situa-se entre o mar e a montanha, e por integrar o sistema defensivo com o Forte de São Pedro (em referência aos apóstolos Pedro e Paulo que trabalharam juntos). Surge como parte do plano de defesa da cidade elaborado por João Massé, em 1714 / 1716 e possivelmente, foi inaugurado em 1722. De notável inserção paisagística, oferece bela visão da Bahia de Todos os Santos e, no seu entorno imediato estão localizados os últimos exemplares do casario do bairro da Gamboa de Baixo. Edificação de singular mérito arquitetônico, trata-se de uma fortificação em alvenaria de pedra e cal, geometricamente irregular, na forma de uma poligonal, sem possuir reentrância. Posicionando defronte da Baía de Todos os Santos, possui sua face principal orientada 45º para sudeste, de forma a fortalecer o ataque e defesa por mar. Estava ligado ao forte de São Pedro por extensa linha de trincheiras, fechando a cidades pelo lado sul, e ao bairro do Campo Grande por uma ladeira. Ambos seccionados pela abertura da Avenida Contorno na década de 60. Possuía em 1775 dezenove peças de ferro de diferentes calibres que foi mantidas, segundo Luís dos Santos Vilhena, até 1801. Em 1837 adere á Sabinada. Em 1875 foi instalado na fortificação o canhão Armstrong, calibre 250 mm, pesando 13 toneladas que só deu tiro experimental, sendo logo apelidado pela população de Vovó, sendo dali retirado e levado para o Quartel General da 6º Região Militar, onde se encontra atualmente. Foi tombado pelo instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 24 de maio de 1938, e está sob a posse da Fazenda Nacional (Patrimônio da União).


FORTE DE SANTA MARIA
O Forte de Santa Maria (S13 00.265' W38 32.033') situa-se na extremidade de uma pequena enseada no Porto da Barra, local primitivamente conhecido como Porto da Vila Velha. Implantado diretamente sobre a rocha, possui notável inserção paisagística.Não se sabe ao certo a data de sua construção, no entanto, em 1638 ele já existia, pois foi construído para oferecer resistência aos invasores holandeses que chegaram a Bahia em 1624 e encontraram o Porto da Barra desguarnecido. Apresenta forma de polígono irregular, possui quatro ângulos salientes e três reentrantes, à barbete, o que lhe caracteriza uma notoriedade arquitetônica, de influencia italiana, como outros fortes baianos construídos no mesmo período. Sua fachada atual é revestida de telhas, solução impermeabilizante observada durante todo o período colonial nas construções baianas e possui o sistema construtivo em alvenaria de pedra e cal. Situado em uma das extremidades da enseada do Porto da Barra, foi construído para agir com o Forte de São Diogo, implantado na extremidade oposta e, com o Forte de Santo Antonio da Barra, impedindo novas investidas de invasores. Em fins do século XVII sofreu reformas que lhe deram o aspecto atual. No século XIX foi ocupado pelos rebeldes da Sabinada. Em sua fachada principal, na portada de acesso, vê-se o escudo Imperial e, no seu interior, abriga em um nicho, a imagem de sua padroeira, a Virgem com o Menino Jesus no colo e, que se atribui à época de sua construção. O monumento foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 24 de Maio de 1938 e atualmente é sede da Sociedade dos Amigos da Marinha (SOMAR), e está sob a posse da Marinha Brasileira.



FORTE DE SANTO ANTÔNIO DA BARRA
O Forte de Santo Antonio da Barra (S13 00.607' W38 31.997') encontra-se no local onde o Rei de Portugal, em 1501, lançou um marco para fixar a posse da terra, e em virtude desta ocorrência ficou conhecido como Ponta do Padrão. Hoje, o local é conhecido como Cabo de Santo Antonio e, seu terrapleno está situado à frente da Baía deTodos os Santos, de onde visualiza-se uma bela paisagem do oceano. Foi construído em alvenaria de pedra gneiss, no final do século XVII e possuí forma de um polígono irregular de dez faces, com seis ângulos salientes, com influencia arquitetônica italiana. No centro desta estrutura encaixa-se um farol de seção cilíndrica, que data de fins do século XIX em substituição a outro anterior, que fora construído em 1696 de forma quadrada. Sua principal função era impedir o acesso de embarcações na barra da Baía de Todos os Santos e atuar juntamente com o Forte de Nossa Senhora do Mont Serrat na cobertura de um desembarque nas praias vizinhas. No século XVII, no período da invasão holandesa (1624), este forte possuía o maior canhão da Bahia, que atirava balas de 24 libras e segundo Luis dos Santos Vilhena, em 1801, existia no Forte, peças de calibre 24 e 36 libras. No período da Independência do Brasil, foi colocado o Brasão do império na portada de acesso principal ao monumento, que fora construído em cantaria de arenito. Na posse do então Ministério da Marinha foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 24 de maio de 1938. Foi, recentemente restaurado e hoje, é sede do Museu Náutico da marinha Brasileira.